segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Titã - "Ilha Mágica"

Misteriosa "Ilha Mágica" aparece em lua de Saturno


O universo não é uma partida de futebol, mas também é uma caixinha de surpresas. A novidade da vez é um misterioso objeto luminoso que apareceu em Titã, a maior lua do planeta Saturno. Esse objeto foi visto por astrônomos que participaram da missão Cassini, mas infelizmente desapareceu antes que eles pudessem olhar duas vezes e tirar maiores conclusões.

O negócio é que a lua Titã tem um geografia estranha mesmo, então isso poderia ser um grande “nada”.

Antes
Antes

Depois
Depois

Onde a “Ilha da Mágica” de Titã foi vista?

A mancha, carinhosamente apelidada de “Ilha da Mágica”, foi vista no ano passado, durante um sobrevoo de rotina da nave espacial Cassini, e despertou o interesse dos astrônomos que perceberam que tinha alguma coisa diferente ali. Só que quando a nave passou pelo local pela segunda vez, a “Ilha da Mágica” já não estava mais ali. Desapareceu, como em um passe de mágica.

Ela foi observada em Ligeia Mare, o segundo maior mar de Titã. Ao contrário dos mares que a gente conhece (os nossos aqui da Terra, no caso) que são preenchidos por água líquida, os mares da lua Titã são compostos de metano e etano líquidos, e são aproximadamente do tamanho dos Grandes Lagos da América do Norte.

Como a Terra, Titã tem uma atmosfera substancial (composta por nitrogênio-metano) e um ciclo sazonal. Na verdade, porque a lua está em uma transição de primavera para o verão (que vai completar em 2017), a mudança das estações poderia muito bem ter algo a ver com isso. Sendo assim, mais energia solar está sendo canalizada para o hemisfério norte dessa lua, resultando em tempo dinâmico e condições geológicas não observadas anteriormente.

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“Esta descoberta nos diz que os líquidos no hemisfério norte de Titã não são simplesmente estagnados e imutáveis, mas sim que as mudanças acontecem”, observou Jason Hofgartner, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. “Nós não sabemos exatamente o que causou o aparecimento dessa ‘ilha mágica’, mas nós gostaríamos de estudá-la mais”.

E já que não tem como ter certeza do que ela se trata, os pesquisadores elaboraram algumas hipóteses interessantes.

O que é a “Ilha da Mágica”?

Os pesquisadores suspeitam em quatro possibilidades de explicação.

Antes dessa observação, esta região particular de Ligeia Mare tinha sido completamente desprovida de quaisquer recursos, incluindo ondas. Mas, como os astrônomos descobriram no início deste ano, Titã parece ser capaz de produzir ondas – ou pelo menos ondulações – em seus mares.

Neste caso, os ventos no hemisfério norte da lua poderiam chegar a Ligeia Mare e, assim, acabariam formando ondas. O sistema de imagens de radar da Cassini pode ter registrado essas ondas bem na hora que elas formaram uma espécie de "ilha fantasma”. Mas, dado o quão pequenas essas ondas são, essa pode ser a mais improvável das explicações.

Outra teoria é que a espaçonave Cassini tenha capturado imagens de gás metano borbulhando até a superfície, saindo de um oceano subterrâneo e chegando até a superfície. Essa teoria se sustenta pelo fato de o metano ser muito abundante na superfície de Titã. Mas como sua molécula só pode existir por um curto período de tempo antes de ser destruída por raios UV, ele deve ser reabastecido constantemente.

Mas a listinha de ideias dos pesquisadores não para por aí. Outra teoria que eles consideram é que a tal da “ilha da mágica” poderia ser um objeto sólido que estava na boa flutuando pela superfície da lua – algo como um iceberg. Quando a primavera chega em Titã, sólidos submersos formados pelo congelamento do inverno podem se tornar flutuantes. Mas estes objetos não são feitos de gelo/água. Se fossem, afundariam em um mar de hidrocarboneto líquido. Em vez disso, os icebergues flutuantes de Titã seriam compostos de uma mistura congelada de metano e etano.

Por último, é concebível também que Ligeia Mare tenha sólidos suspensos, que não são nem afundados nem flutuantes, mas agem como uma espécie de lodo em águas terrestres.

“Provavelmente, vários processos diferentes – como vento, chuva e marés – podem afetar o metano e etano presentes no lagos de Titã”, observou Hofgartner. “Queremos ver as semelhanças e diferenças entre os processos geológicos que ocorrem aqui na Terra. Em última análise, vai nos ajudar a compreender melhor os nossos próprios ambientes líquidos aqui”.
Fonte: Hype Science


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